01/09/2022
Seja bem-vindo à nossa campanha de conscientização sobre a dermatite atópica (DA). Se você está aqui, veio em busca de informações importantes que ainda não havia encontrado.
Antes de você prosseguir a leitura, é importante saber que as orientações aqui descritas não excluem a necessidade de buscar atendimento com um dermatologista. Ao menor sinal de que algo está diferente com a sua pele, procure o especialista. É ele quem vai cuidar de você com a competência de que sua saúde precisa.
Clique aqui para ter acesso à lista de profissionais da SBD-PR, ou vá até a unidade de saúde mais próxima de sua casa, com o Cartão Nacional de Saúde, e marque uma consulta.
Após a primeira avaliação, feita por um médico clínico-geral, se comprovada a necessidade de atendimento com o especialista, você será encaminhado para um dos seis Serviços de Dermatologia do Paraná, de acordo com o local onde você mora.
É uma doença genética e crônica que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões devido à coceira.
Pele ressecada e coceira constante, irritação da pele, pequenos caroços ou bolhas, inchaço, descamação, vermelhidão, formação de feridas, espessamento ou escurecimento da pele na fase crônica, entre outros.
A doença é genética e ainda não há uma causa estabelecida, mas se sabe que a dermatite atópica costuma ocorrer entre pessoas da mesma família, juntamente com a asma ou rinite alérgica. O que existem são fatores que servem de “gatilhos” para a dermatite atópica
Alguns fatores externos influenciam muito no agravamento da dermatite atópica, como clima frio e seco, que aumenta o ressecamento da pele. Por outro lado, o suor excessivo, decorrente de um ambiente mais quente e de variações repentinas de temperatura associadas ao uso de roupas quentes, também piora da DA. Roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos, que aumentam a coceira, são vilões. E, ainda, banhos longos com água quente, uso de sabonetes em excesso, associado ou não ao uso de buchas, e situações de estresse. Tudo isso desencadeia a coceira e, consequentemente, as feridas.
É preciso saber também que a poluição a qual estamos todos expostos tem aumentado ainda mais os casos de dermatite atópica na população. Outros agentes complicadores são a poeira, o mofo, os ácaros e o pelo de animais.
A dermatite atópica pode surgir principalmente na infância, embora alguns casos tenham início na vida adulta. Normalmente a DA atinge entre 15% e 20% da população infantil e 7% da população adulta.
Crianças, depois dos três meses, são afetadas principalmente nas bochechas e na parte externa das pernas e dos braços. Já na fase adulta, o quadro é um pouco diferente: o problema geralmente atinge a parte interna das dobras dos cotovelos e das dobras dos joelhos. Nos adultos, as lesões podem aparecer ainda no pescoço, nas dobras das mamas e na barriga.
Não, e é fundamental que o preconceito seja combatido. Devido à falta de informação, muitos pacientes passam por constrangimentos, como as crianças em ambientes de brincadeiras e convívio escolar e adultos em seus locais de trabalho e até nas entrevistas de emprego. Consequência das coceiras constantes e das lesões em áreas muito visíveis.
É importantíssimo o trabalho de conscientização contra a discriminação, pois a dermatite atópica não é transmitida de pessoa para pessoa.
Por ser uma doença de origem genética e crônica, a dermatite atópica não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado indicado pelo dermatologista. Embora o problema permaneça durante toda a vida, os sintomas podem desaparecer à medida que a pessoa envelhece, mas a pele continuará seca e sensível.
Para controlar a DA, é preciso melhorar a hidratação da pele, diminuir a coceira e acabar com a inflamação. Existem tratamentos locais à base de anti-inflamatórios, anti-histamínicos e corticoides, em forma de pomada ou comprimido. Todas as medicações só podem ser usadas com orientação médica.
A hidratação deve ser feita imediatamente após o banho, que precisa ser rápido, sem bucha, esponja ou escova, para não tirar a pouca gordura existente na pele. O hidratante deve ser aplicado em grande quantidade, com o objetivo de reter a água no corpo, melhorando a hidratação. Esse processo é mais eficaz quando hidratamos a pele até uns três minutos após o banho.
De preferência roupas de algodão ou moletom, sempre leves. Evitar tecidos sintéticos, como lycra e nylon, muito justos no corpo. Roupas coladas abafam a pele, aumentam o suor e, consequentemente, dão início à coceira.
De maneira geral, não há necessidade de evitar qualquer alimento ou fazer uma dieta especial, embora casos mais graves possam vir associados à alergia alimentar. Nestes casos alguns alimentos têm mais chance de estarem envolvidos, como leite, ovos, amendoim, castanhas e frutos do mar. No caso de alergia alimentar, sintomas digestivos como alteração do hábito intestinal, náuseas e vômitos podem estar presentes junto com a piora da pele e de maneira mais significativa nas crianças. Entretanto, como citado, não é a regra na dermatite atópica. Em caso de suspeita de alergia a algum alimento, é preciso suspender a ingestão. Sempre a orientação médica deve ser seguida para que dietas desnecessárias não sejam adotadas e não proporcionem o comprometimento da nutrição.
A pele coça justamente devido à presença da inflamação e pela alteração da barreira cutânea. Uma vez gerado o estímulo para coçar, quanto mais atritar ou coçar essa pele, o sintoma irá aumentar. Gatilhos ambientais como poeira, suor, alteração do clima, substâncias irritantes, agentes infecciosos, em contato com a barreira cutânea deficitária vão ser também o estímulo para a coceira.
Justamente por isso, quando se indica o tratamento da dermatite atópica, o foco é na educação para que os pacientes e seus cuidadores, adotem na rotina os cuidados para evitar ou amenizar os possíveis gatilhos envolvidos. Por isso que a orientação quanto ao banho correto, hidratação da pele, uso de vestuário mais apropriado, diminuição dos possíveis irritantes do ambiente, como fragrâncias, poeira, fumaça etc., são fundamentais no sucesso do tratamento e controle do prurido (coceira).
Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional do Paraná, foi fundada em 28 de abril de 1952. Somos uma associação médica sem fins lucrativos, que tem o objetivo de congregar os médicos paranaenses que se dedicam à dermatologia. Atualmente contamos com mais de 680 dermatologistas associados e atuamos com forte estrutura de Educação Continuada (em EAD) e comunicação digital com nossos associados.
A SBD-PR trabalha diariamente a favor da valorização profissional do médico dermatologista.
Lauren Morais
Atual Presidente